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Aparelho Anti-Ronco

Aparelho Anti-Ronco

A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, o Ronco e seu Tratamento com o Aparelho intra oral será o tema abordado, possibilitando ao leitor entender um pouco mais sobre essa patologia que afeta muitas pessoas, e a maioria delas nem sabe que está sofrendo desse mal.

Dormimos um terço do tempo de nossas vidas, e durante o sono é muito difícil perceber que processos patológicos que não causem desconforto suficiente para nos manter acordados, estão acontecendo com o nosso corpo, como não estamos conscientes, não percebemos e não acreditamos que estamos doentes, principalmente nos casos de apneia obstrutiva do sono, onde, quando chegamos a acordar, o ruído do ronco, que é seu principal sintoma, parou segundos antes.

Definimos um quadro de apneia quando observamos 30 ou mais paradas respiratórias durante 7 horas de sono, com a cessação do fluxo de ar através do nariz e (ou) boca por mais de 10 segundos.

A apneia pode ser:

  • Suave: 5 a 15 episódios por hora.
  • Moderada: 15 a 25 episódios por hora.
  • Severa: acima de 30 episódios por hora.

O Ronco é o sintoma principal, e a queixa mais comum é relatada pelo cônjuge.
45% das pessoas normais eventualmente roncam.
25% admitem serem roncadores habituais.
Mais comuns em homens mais velhos e de incidência três vezes maior em obesos.

Como ocorre:

Durante o sono diminui-se o tônus residual do genioglosso e musculatura lingual adjacente, estreitando a luz e aumentando a resistência ao ar.
Na inspiração, a língua e palato mole são sugados contra o fundo da faringe, obstruindo e interrompendo o fluxo de ar.
Lembramos também que a apneia potencializa a depressão, aumenta a ansiedade, compromete o sistema cardio respiratório favorecendo a impotência sexual, a enurese e a nictúria causando constrangimentos sociais, familiares.

Apneia do sono – Tipos de tratamento

Em princípio, sempre que existir sintomatologia diurna evidente, deve-se considerar a instauração do tratamento. Independente disso, a terapêutica deverá ser iniciada quando se objetivar um IAH superior a 20 dado que, apesar de poucas, existem algumas evidências que demonstram que a sobre vida destes pacientes diminui a partir deste índice, basicamente pelo aparecimento de complicações cardiovasculares.

Medidas gerais

As recomendações tidas como medidas gerais incluem a instituição de dieta hipocalórica nos casos de obesidades, abandono de ingestão de bebidas alcoólicas, de sedativos, em especial antes de dormir, manter uma boa higiene do sono, assim como tratar as doenças de base que se associam com SAOS (hipotireoidismo, acromegalia). A terapêutica medicamentosa tem um modesto papel na abordagem da apneia obstrutiva. A utilização dos antidepressivos tricíclios podem ter um efeito inibidor do sono REM, dificultando a identificação de apneias que ocorram predominantemente nesta fase.

CPAP -BIPAP

CPAP -BIPAP

Na presença de anomalias anatômicas específicas tais como, hipertrofia de amídalas e adenóides, micrognatia, etc, estará indicada a cirurgia dirigida a corrigir estes defeitos.

O tratamento atual se divide em três modalidades, tendo como base a frequência das apneias (IAH), a presença ou não das anomalias anatômicas referidas, a fragmentação do sono, obesidade e idade entre outras. O tratamento mais indicado numa grande parte dos pacientes é a prótese ventilatória-CPAP ou BIPAP, que consiste na aplicação de uma pressão positiva contínua (mediante um compressor de ar e máscara nasal) que mantém permeável a via aérea superior, impedindo seu colapso principalmente na fase inspiratória. O nível ideal de pressão de CPAP entre 6-12 cm H2O costuma ser suficiente para a maioria dos pacientes. Em casos em que se necessitam pressões muito elevadas estaria indicada a utilização do BIPAP.

Aparelho oral

Uma alternativa para o tratamento do ronco e da Apneia Obstrutiva de leve e moderada intensidade. O ronco que afeta uma grande parcela de indivíduos em nossa sociedade criando problemas sociais e incômodos a outras pessoas, pode ser prenúncio de um sério problema médico. Nem todo roncador tem problema de apneia, porém, quase todo indivíduo que tem apneia é roncador. Consequentemente, o roncador pode estar escondendo uma importante apneia.

 

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O tratamento com aparelho oral é feito por um dentista especialista, habilitado a manusear aparelhos orais para tratamento do ronco ou da Apneia Obstrutiva. Após o exame do paciente avaliando a oclusão dentária, ATM (Articulação Temporo-Mandibular), hábito intra-oral, dentes, tecido periodontal, o dentista solicita radiografias panorâmicas e cefalométricas em três posições e modelos, definindo assim, qual o tipo de aparelho oral a ser indicado: reposicionador mandibular, retentor lingual ou outras modalidades de aparelho.

Aparelho Intra Oral

Aparelho Intra Oral

O aparelho oral é confortável feito de uma resina termo elástica com um expansor metálico que permite o movimento lateral, vertical e reposicionamento protusivo da mandíbula, progressivamente até a eliminação do ronco ou da Apneia Obstrutiva.

O paciente dormirá todas as noites com o aparelho, ficando sob assistência do dentista. O aparelho oral reposicionador mandibular ou retentor lingual vem sendo usado no Canadá e nos Estados Unidos, desde 1987, para o tratamento do ronco ou Apneia Obstrutiva leve ou moderada. Para o roncador o aparelho tem uma eficácia de até 95% e para o apnéico de leve a moderada intensidade de até 80%. Porém, o aparelho reposicionador mandibular ou retentor lingual só deve ser colocado por profissional treinado, capacitado e por indicação médica após a polissonografia e o diagnóstico da referida doença.

A indicação cirúrgica representa a terceira modalidade de tratamento. A traqueostomia foi inicialmente utilizada, tendo sido abandonada por suas complicações, efeitos colaterais e surgimento de outras técnicas cirurgias. A uvopalatofaringoplastia é geralmente utilizada em pacientes com obstrução no nível da orofaringe, podendo ser realizada por cirurgia convencional, a raio lazer ou, mais recentemente, por ondas de rádio frequência que é uma forma de energia térmica de alta voltagem. Outras modalidades de cirurgia são também indicadas em menor frequência tais como: cirurgia maxilofacial com miotomia e suspensão do hioide na obstrução no nível da base da língua osteotomia mandibular com avanço do genioglosso na obstrução a nível retroglossal; glossectomia na vigência de macroglossia; osteoeomia mandibular e maxilar associada a tratamento ortodôntico entre outras.

Em alguns casos o tratamento deverá ser modificado na dificuldade da adaptação ou aceitação pelo paciente ou distintas modalidades terapêuticas poderão ser conjugadas ou associadas.

Dr. Gino Souza Pulitini
Doutor, Mestre e especialista em Ortodontia
Pós Graduado pela Roth-Williams Foundation – USA
Prof.Titular Instituto Brasileiro de Estudos Odontológicos/RJ
Prof.Coordenador: Curso de especialização em ortodontia CEBEO/BA
Prof.Coordenador: Curso de Especialização em Ortodontia FACSET/MG

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